segunda-feira, 31 de julho de 2023

OLHAR PARA FRENTE...

Quantas vezes terá que olhar para trás para buscar o que já foi? O que foi deixado, abandonado, um protótipo de ser humano vazio jogado, no lamaçal, ao Deus-dará. Quantas vezes mais necessitará do abandono, da solidão, do vazio para aprender a se recompor? A se endireitar, tornar-se acessível, reversível, solução...? Não aprenderá nunca com os erros, seguindo o caminho por tropeços, cega, sem rumo... não sabe onde ir, não tem alicerces a cabeça é dura feito rocha. Como resistiu por tanto tempo eu não sei. Talvez pela falta de referência, reverencia tudo que a vida dá. Mesmo com todo desgosto, a insatisfação a amargura continua indo sem rumo, para o nada. Que pena! A vida bonita aos olhos do criador é catástrofe para quem a vive. Tantas idas e vindas, devaneios, horas perdidas em um simulacro de imensidão que varre tudo o que tem dentro, não sobra nada, só sobra pó. Perdoem-me meus entes, mentores, guias, mas essa vida é dura e ingrata. Quantas mais terei que viver para que o cansaço e a languidez sejam tão insuportáveis para se fazer o movimento e tudo se torne diferente? Todos os abandonos, as incertezas, os momentos vividos e esquecidos valem de quê? Tornar-se melhora, mais forte ou mais fraco e susceptível? O que fazer? Ir para qual lugar? Perguntas giratórias sem resposta e sem motivo. “Levanta-te e anda” – Ele disse-; mas para onde Senhor? – Com toda humildade eu pergunto.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Eterno

Dormir nos seus braços é como flutuar no vazio sentindo o conforto de um chamego.
Por isso me aconchego tão de perto, chegando a retirar seu espaço. É a vontade de sentir seu "chêro" o consolo do seu corpo que me faz querer estar sempre próxima. A segurança que um pequeno abraço noite a dentro traz para um ser humano, muitas vezes oco, é como ouvir o canto dos anjos. Quando me levantou de supetão, trazendo-me ao seu encontro, mesmo em sono profundo, enchi-me de amor. Aquele pequena brecha será eterna em minha memória e sempre buscarei o acalanto daquele simples momento para me consolar. O abraço reconfortante exalou todo o amor presente e se eternizou no lapso de tempo que um dia foi - queria que fosse de novo, que fosse para sempre. Que pena não ter sido eterno. Morreria todos os dias para poder viver novamente em um abraço seu. Aqueles mínimos minutos só nos prova que nada somos aqui além de indivíduos carnais impossibilitados da felicidade continua. Meu amor, quando dormi em seus braços senti uma fagulha de sentimento reconfortante. É pesaroso reconhecer que o orgulho não nos permite dizer as palavras que ecoam no fundo dos nossos corações. Te amo por que te amo, por quem você é. E se uma dia você for, mesmo que apagado da minha vida, a luz da memória me revitalizará e terei a certeza de que um dia seremos de novo, mesmo que os nossos corpos físicos não o sejam. Te amo porque te amo. Obrigada pelo carinho! Até breve, eu espero - ansiosamente. 

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Lista de Presentes...

Querido Papai Noel,

Ao adentrar nos confins da minha residência tome cuidado com o barulho, pois o cachorro pode latir e revelar sua presença. A árvore esse ano não foi montada, os sonhos da criança - imatura - não mais existem. Mas a esperança da vida adulta - talvez mais lúcida - sim. Fui uma boa menina ao longo do ano - eu acho! Talvez tenha tropeçado um pouco pelo caminho, ficado confusa, deixado de compreender o próximo nas suas fraquezas, olhado mais que o necessário para o meu próprio umbigo. Talvez tenha injuriado, desdenhado, apontado. Peço perdão! As vezes somos seres imperfeitos na nossa perfeição. Seguimos nosso percurso, buscamos a compreensão das verdades explicitas, mas a face humanoide ainda presente, nos faz cair em alguns buracos que ousam persistir. Entretanto busco todos os dias meu melhoramento, o auto conhecimento que me libertará de tudo aquilo que insiste não ser o melhor, que me fará soltar o que há de bom. E o que é bom irá prevalecer, fazendo com que os preceitos de dualidade caiam por terra pois tudo se tornará um, tudo agirá em uníssono. Espero que quando vier visitar o meu lar, nessa data específica, em que o amor e a caridade tendem a expansão, você possa olhar para os aspectos positivos que estão a adentrar cada vez mais em minha vida e deixe para trás - já que esse é o objetivo da sua jornada aqui - aquilo que considere necessário. No fundo você sabe o que é - cesse o materialismo e irá descobrir! Quando entrar deixe de fora o corriqueiro, sacuda a poeira, entre com o pé direito e sinta-se à vontade. Colocarei um leite quentinho com bolachas na mesa da sala caso sinta fome, como forma de bem ventura e carinho. Que possam te revitalizar para sua árdua jornada noite a dentro. Por favor, deixe apenas o que há de bom, aquilo existente em seu coração. Desde já, agradeço pela visita e espero que a mensagem de esperança, generosidade, amor e compaixão - ensinados por aquele amigo nazareno que é representado nesse dia - possa se tornar verdade, através de ações que demostrem isso. Um abraço fraterno, que Deus esteja com você em seu trajeto. Que o espírito dessa data possa se mostrar verdadeiramente. Vá em paz.
Obrigada!

Com amor - sempre

Gabi

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Retratos de uma ilusão

Quando entrei em casa, senti uma áurea que tendia a ser prazerosa, mas não foi. Abri a porta, bati os pés no tapete com toda força, como se eu quisesse deixar o mundo lá de fora, lá fora. Fechei a porta, tranquei, respirei profundamente - queria me sentir um pouco viva, a vontade naquela cena cotidiana. E naquele pequeno momento, introduzida no interior de um apartamento qualquer, eu não consegui sentir absolutamente nada! Quando fui adentrando cada vez mais naquele ambiente inóspito, o gosto dos dissabores da minha vida terrena ressurgiram. O que me pareceu de repente foi que um vento muito forte havia arrebentado minha porta da frente e deixado entrar tudo o que eu queria que ficasse de fora. Fiquei pasma, minha alma almejava a muito por um momento de paz, mas parece que não tinha jeito. Fui entrando cada vez mais no interior daquele espaço. Tirei a roupa até ficar semi nua, queria me sentir livre naquele lugar, longe de tudo aquilo que me consumia. Fui até a cozinha, procurei algo para comer e não achei nada. Tentei assistir um filme, uma série e não consegui. Ler um livro... Nada!! Zanzei pela casa procurando algum sustento  (por dentro e por fora), e fui frustrada por não encontrar. Tentei deixar com que aquela cena de privacidade, de pseudo lar me consumissem. Não funcionou. Parecia que o universo não conspirava para a minha estabilidade. Senti um turbilhão de sentimentos: medo, ansiedade, pânico, raiva, tristeza ... E todos se juntaram em um só e se materializaram em um vazio profundo que não me permitia sentir. Deitei em posição fetal, respirei, refleti. Tantos porquês embutidos em mim, tantas inseguranças, medos. Afoguei-me em mim e fui preenchida por um vazio impreenchível. Não se sabe quando um ambiente inóspito se tornará cultivável. Como deixar de fora as coisas irrefutáveis? Internalizada nos meus pensamentos - sentimentos - tão profundos adormeci, naquela ambiente anfêmero, áspero...

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Seja bem vindo!

Não sou de pó, nem de vento nem de vida fútil.
Não sou de terra, areia, cimento nem de físico e concreto.
Não sou de matéria, nem de tédio; de monotonia e ambiente humano, terreno...
Tentaram enfiar várias coisas inúteis na minha cabeça, convencer-me que a vida não é nada mais que um ponto estéril. Infelizmente - felizmente -, não adiantou.
Eu sou de ambiente etéreo, de sentimentos profundos, de alegrias ímpares, de pessoas peculiares.
Sou de páginas em branco, de copos de cafés em repouso na mesa, de livros a espreita recolhidos nas pernas desnudas.
Sou de arte, do intrínseco do âmago, da alma que sai e flutua.
Sou de música, de gostos incomuns, de extraterrestres.
Sou de mim, apenas de mim, não pertenço a outrem.
Fique com a minha casca, com as minhas cores. Mas se quiser entrar mais a dentro não se acanhe, sinta-se a vontade. Bem vindo!

terça-feira, 19 de setembro de 2017

A vida é um sopro.

A vida é um sopro que soprou em mim. As vezes frio, as vezes quente: levou pra longe o meu coração. E com o tempo, como surgisse outra corrente de ar, trouxe de volta, pra dentro do meu peito, o coração pródigo. Quantas vezes ele fora, quantas vezes retornou! Não sei dizer. Mas aqui está ele, regresso, pronto para se desprender novamente, a cada corrente ardente que arranca sua forma física do meu ser. Busca outros alentos já que o meu corpo, desatento,não teve a capacidade de lhe afagar, dar prazer. Volta sempre meu coração rebelde, volta pra mim pois preciso de ti. Eu lhe dou seu tempo para explorar novos templos e voltar saudoso de retorno à mim.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Neurôniando

Quer meus neurônios?  Fique com todos eles. Mais vale um segundo de liberdade, que uma vida trancada em uma prisão. Devolva todos os meus sentimentos e fique com meus desamores. Mais vale ser amado em algum tempo do que alguns momentos de paixão. Fique com todos os meus aspectos, absorva as sinapses, os fragmentos de epitélio, as cores bonitas, as qualidades internas. Jogue fora a descrença e a invividez daquele ser. Mais vale uma vida anti social e reclusa, meio fria, mas sem nunca deixar de ser quente do que uma vida produzida por substâncias ilícitas. O quê ? Perai! Não seria, pois, o contrário ?!